A comunidade de Nossa Senhora de Fátima, no Jardim Guanabara, está entristecida pela morte de uma das suas mais ativas e entusiasmadas voluntárias. Faleceu no dia 06 de outubro deste ano, a Sra. Luzia Marilu Fracassi Stoco, pessoa cuja presença já fazia parte do cenário daquela comunidade.
Nascida na cidade de Colina (SP), em 14/04/1955, Luzia era filha do casal Benvinda e Afonso Fracassi e tinha três irmãos: Amado, Valentina e Valentin. Em meados dos anos 70 a família veio para Americana e se instalou num sítio da região do Parque Gramado e São Jerônimo. Depois, foram morar no Jardim Guanabara, onde residem há mais de 40 anos.
No dia 15 de setembro de 1984, Luzia casou-se com Ernesto Stocco, que a acompanhou em sua vivência da fé. O carinho e o desejo de trabalhar pela Igreja ela herdou dos pais, que sempre incentivaram os filhos a participar da vida de igreja.
Após a sua aposentadoria na Toyobo, empresa em que trabalhou por 25 anos, Luzia passou a dedicar-se mais à Igreja de Nossa Senhora de Fátima, onde era uma espécie de “faz tudo”: em 1996, após a morte de D. Ivone Culti, assumiu a função de zeladora do templo, sempre com muita prontidão. Cuidava dos serviços do altar com muito zelo e respeito, empenhava-se na limpeza e na decoração da igreja e não havia hora em que não pudesse atender às pessoas. Ser acolhedora era uma das suas mais destacadas virtudes.
Nos períodos especiais de celebrações religiosas (Semana Santa, Natal) ou nas festividades paroquiais (Festa Junina ou do Padroeiro), Luzia praticamente ficava por conta da igreja. Gostava de organizar o templo de forma muito caprichada, com flores de maio branca ou maravilha, as suas preferidas. A última festividade religiosa em que trabalhou foi no Domingo de Ramos de 2010. Já na Festa do Padroeiro, ela gostava de trabalhar na cozinha e cuidava das frituras. Seu irmão, Amado, lembra que, em 2010, o último ano em que ela trabalhou, Luzia cuidava de dois tachos ao mesmo tempo, fritando frango e batata.
Luzia tinha especial carinho pelas crianças e, embora não tenha tido filhos, experimentou o sentimento materno ao cuidar de alguns sobrinhos (Eder, Wellington, Elton, Everton, Márcia, Eduardo e a pequena sobrinha/neta, Maria Eduarda). Eder destaca que ela tinha muita paciência e interesse para ouvir as pessoas, sempre tendo uma orientação, uma palavra, um conselho para todos.
Com um olhar de imensa tristeza e repleto de saudades, o seu esposo, Sr. Ernesto, lembra que ela, mesmo nos momentos de dor em função do câncer que a acometia desde 2007, jamais perdeu as esperanças de ficar curada e nem mesmo reclamava do sofrimento que era mas sessões de quimioterapia. Para ele, a impressão que ainda impera é que ela está passeando ou fazendo algum trabalho na igreja e que vai voltar.
Luzia tinha especial devoção à Nossa Senhora de Fátima, Aparecida e ao Frei Galvão. Quando esteve no Santuário do Terço Bizantino, em Santo Amaro, para participar de uma celebração religiosa presidida pelo Padre Marcelo Rossi, Luzia trouxe o símbolo dos sete dons, com o qual presenteou os sobrinhos e outros membros da família. Mais uma lembrança real do imenso amor que ela tinha a Deus e à Igreja Católica.
Era com esse espírito de prontidão e de amor à Igreja que Luzia se fazia presente na comunidade, na igreja, no seu bairro e na vida. Um verdadeiro testemunho de amor à vida, às pessoas, à Igreja, à comunidade e ao próximo. Alguém que soube, com sabedoria e humildade, construir uma vida centrada na verdade e no amor. Uma mulher que vale a pena ser contemplada!
Divina Bertalia